O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pode em breve ter uma mudança significativa em sua composição, com a proposta de incluir mais mulheres entre seus ministros titulares. A presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, deve levar ao Supremo Tribunal Federal (STF) duas listas tríplices para preencher as vagas destinadas à advocacia, sendo uma delas composta exclusivamente por nomes femininos. A iniciativa visa garantir que, nas eleições de 2026, o tribunal conte com pelo menos uma mulher em sua bancada, já que tanto Cármen Lúcia quanto a ministra Isabel Gallotti terão seus mandatos encerrados antes do pleito.
O processo de escolha dos novos ministros envolve duas etapas: o STF vota as listas tríplices e, em seguida, o presidente da República faz a nomeação final. A proposta de Cármen Lúcia busca influenciar a decisão, destacando a importância da representatividade feminina. A tradição do TSE é reconduzir ministros, mas a ideia de incluir uma lista exclusiva de mulheres enfrenta resistências entre alguns membros do STF, que defendem a recondução dos atuais titulares, André Ramos Tavares e Floriano de Azevedo Marques.
A ministra Cármen Lúcia tem sido vocal sobre a necessidade de maior participação feminina nos tribunais, argumentando que as mulheres representam mais da metade da população e do eleitorado brasileiro. Atualmente, a presença de mulheres em cortes como o STF e o STJ ainda é baixa, com apenas uma ministra no STF e cinco no STJ. A proposta reflete um esforço para avançar na igualdade de gênero no Judiciário, embora o debate sobre a renovação dos mandatos ainda esteja em curso.