Nana Caymmi, uma das mais importantes intérpretes da música brasileira, faleceu aos 84 anos nesta quinta-feira (01). Nascida em 1941 no Rio de Janeiro, ela cresceu em um ambiente musical privilegiado, sendo filha do renomado compositor Dorival Caymmi. Sua carreira, iniciada nos anos 1960, abrangeu gêneros como bolero, samba, bossa nova e MPB, consolidando-a como uma artista de voz única e repertório diversificado. Entre seus trabalhos mais celebrados estão discos como “Caymmi visita Tom” (1964) e “A noite do meu bem” (1994), além da marcante participação na trilha sonora da minissérie “Hilda Furacão” (1998).
Apesar de não alcançar a mesma popularidade de outras cantoras de sua geração, Nana foi reconhecida pela crítica como uma intérprete de profundidade e técnica impecável. Seu estilo, marcado pela sobriedade e emotividade, conquistou admiradores no Brasil e no exterior, incluindo temporadas na Argentina e na Venezuela. Sua colaboração com grandes nomes da música, como Cesar Camargo Mariano e Aldir Blanc, destacou sua versatilidade e influência no cenário artístico.
Além da música, Nana Caymmi também se aventurou como apresentadora na TV Tupi e na TV Record, além de ter inspirado obras literárias, como o poema “A festa (recapitulação)”, de Carlos Drummond de Andrade. Deixando três filhos e duas netas, seu legado permanece vivo em sua extensa discografia e no reconhecimento de seus pares. Seu irmão, Danilo Caymmi, lamentou a perda, afirmando que o Brasil perdeu “uma das maiores intérpretes que já viu”. Sua morte encerra uma era, mas sua voz continua a ecoar na história da cultura brasileira.