O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) solicitou a condenação dos réus ainda envolvidos no caso do incêndio no Ninho do Urubu, ocorrido em 2019, que resultou na morte de dez adolescentes, atletas das categorias de base do Flamengo. O pedido, apresentado no domingo (11), baseia-se em investigações que duraram mais de seis anos, com mais de 40 testemunhas ouvidas e provas que, segundo o órgão, comprovam a responsabilidade penal dos acusados. A tragédia, considerada a maior da história do clube, expôs falhas graves na estrutura e segurança do centro de treinamento.
Entre os réus estão ex-diretores do clube, representantes de empresas responsáveis pelos contêineres usados como alojamento e profissionais envolvidos na instalação dos equipamentos. O MP-RJ afirmou que o incêndio, que começou devido a problemas em aparelhos de ar-condicionado com manutenção inadequada, poderia ter sido evitado. As investigações revelaram que os contêineres não atendiam aos requisitos mínimos de segurança, tornando o episódio um símbolo da precariedade enfrentada por jovens atletas em centros de treinamento no Brasil.
A decisão final agora cabe ao Judiciário, que avaliará o pedido de condenação e definirá as penas. O MP-RJ defende que a condenação é uma resposta penal necessária para uma tragédia que, segundo o órgão, era evitável. O caso continua a gerar debates sobre a responsabilidade de gestores esportivos na proteção de atletas jovens.