O festival gastronômico em Igarapé, na região metropolitana de Belo Horizonte, celebra a tradição das mulheres na culinária mineira, destacando receitas transmitidas por gerações. Lilia da Quita, uma das cozinheiras, aprendeu a fazer biscoitos de polvilho com a mãe, usando ingredientes naturais e técnicas tradicionais, como o forno a lenha e a folha de bananeira. Essas mestras, como são chamadas, preservam não apenas os sabores, mas também histórias de família e a cultura regional, reunindo-se para compartilhar seus conhecimentos sem formação formal, mas com muita paixão.
O evento, que espera receber 60 mil pessoas até domingo (25), apresenta pratos que atravessam décadas, como o biscoito de polvilho, símbolo de uma mesa farta e de memórias afetivas. Visitantes, como a bióloga Priscila Castro e o irlandês Gordon, elogiam a qualidade e o tempero único da comida mineira, reforçando sua reputação como uma das melhores do mundo. O festival não só valoriza a gastronomia, mas também o papel dessas mulheres como guardiãs de tradições culinárias.
Além de ser um espaço para degustação, o evento ressalta a importância da transmissão oral do saber, mantendo viva a identidade cultural mineira. As cozinheiras, como Maria Nunes, enfatizam o orgulho de repassar técnicas aprendidas com antepassados, mostrando que a culinária vai além do alimento—é um legado de afeto e resistência. O festival, assim, torna-se um tributo à força e à criatividade das mulheres que moldaram a gastronomia regional.