Em Jundiaí (SP), produtores rurais e estudantes mantêm viva a cultura da uva, transformando excedentes da colheita em vinhos, sucos e espumantes. Essa prática não só gera renda adicional, mas também evita o desperdício, aproveitando cachos que seriam descartados. Famílias locais, como a de um produtor que cultiva 15 mil videiras, conseguem até duas safras anuais, com picos de venda durante o Natal, destacando-se no mercado de sucos e vinhos.
A produção inclui variedades como Niágara e Isabel, com destaque para sucos naturais livres de conservantes e espumantes que vêm ganhando espaço no mercado. Um dos produtores utiliza cerca de cinco toneladas de uvas por safra, produzindo 1,8 mil litros de suco, enquanto outro aproveita cachos rejeitados para fabricar 800 litros, agregando valor à produção. Além disso, alunos do Centro de Enologia da Escola Técnica de Jundiaí transformam uvas descartadas pelo mercado em até 20 mil litros de produtos por safra, passando por processos como cozimento e pasteurização.
Essas iniciativas demonstram como a inovação e a tradição podem se unir para fortalecer a economia local e promover a sustentabilidade. Ao aproveitar integralmente a colheita, os produtores não apenas aumentam sua rentabilidade, mas também contribuem para reduzir o desperdício, mostrando um modelo viável para outras regiões. A combinação de conhecimento técnico e experiência familiar tem sido fundamental para consolidar Jundiaí como um polo de produção de derivados da uva.