O número de trabalhadores domésticos com carteira assinada no Brasil diminuiu 18,1% entre 2015 e 2024, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego. O setor, historicamente marcado por informalidade e desigualdades de gênero e raça, passou por transformações significativas, impulsionadas por mudanças demográficas, redução do tamanho das famílias e aumento da contratação de diaristas como MEIs. A pandemia de Covid-19 também acelerou essa tendência, com muitas profissionais migrando para a informalidade para evitar custos trabalhistas.
O perfil dos trabalhadores domésticos formais permanece majoritariamente feminino (89%) e negro (54,4%), mas a categoria envelheceu rapidamente: 45% têm 50 anos ou mais. Houve avanço na escolaridade, com aumento de profissionais com ensino médio e superior, enquanto as faixas etárias mais jovens registraram quedas acentuadas. A remuneração média subiu 6,7% no período, acompanhando o reajuste do salário mínimo, mas 67,5% das trabalhadoras ainda cumprem jornadas superiores a 40 horas semanais.
Especialistas destacam a necessidade de políticas para melhorar as condições do setor, garantindo maior proteção social e valorização salarial. A fiscalização e a conscientização sobre a importância do trabalho doméstico também são apontadas como essenciais para reverter o cenário de precarização, agravado pela pandemia e pela migração para modelos informais, como o MEI, que podem comprometer direitos previdenciários no longo prazo.