A Primeira Turma do STF iniciou a oitiva das testemunhas de defesa no processo que investiga a tentativa de golpe após a derrota eleitoral de 2022. Nesta quinta-feira (22), foram ouvidos depoimentos de militares e colaboradores próximos ao núcleo central do caso, incluindo um tenente-coronel que alega ter cumprido ordens superiores sem envolvimento direto nos planos de ruptura democrática. As testemunhas destacaram o perfil técnico e apolítico do acusado, embora um general tenha evitado responder questões polêmicas sobre sua atuação durante os eventos de 8 de janeiro.
O general responsável pelo comando do Exército na época dos ataques às sedes dos Três Poderes foi questionado sobre o não cumprimento imediato de ordens judiciais. Ele justificou sua conduta como uma tentativa de acalmar os ânimos e coordenar ações com outros ministros, evitando conflitos maiores. Enquanto isso, um capitão confirmou ter recebido áudios críticos às investigações, atribuindo as mensagens a uma “defesa irracional da honra” por parte do acusado.
Os depoimentos continuam nesta sexta-feira (23), com a oitiva de testemunhas indicadas por outros investigados, incluindo ex-integrantes do alto escalão governamental. O prazo para a conclusão das audiências segue até 2 de junho, com expectativa de que novos detalhes surjam sobre as alegações de coordenação para manter o poder após as eleições. O caso segue sob sigilo parcial, com informações sendo divulgadas conforme a liberação do tribunal.