A Tesla apresentou um protótipo de táxi-robô chamado Cybercab, mas a tecnologia nunca chegou às ruas, apesar das repetidas promessas. Entre 2019 e 2023, a empresa impediu que clientes de leasing nos EUA comprassem seus veículos ao final dos contratos, alegando que os carros seriam usados em uma futura frota de táxis autônomos. No entanto, a montadora acabou vendendo esses veículos a novos clientes após atualizá-los com softwares premium, obtendo lucros adicionais. A política foi revertida em novembro de 2023, permitindo a compra dos carros ao final do leasing, mas deixou muitos arrendatários frustrados ao descobrirem que a justificativa dos táxis-robôs não passava de uma estratégia de marketing.
A decisão de não permitir a compra dos veículos contrariou as práticas padrão do setor nos EUA, onde a maioria dos contratos de leasing oferece essa opção. A Tesla justificou a medida como parte de um plano ambicioso de mobilidade autônoma, que nunca se concretizou. Enquanto isso, a empresa lucrou com a venda dos carros usados, equipados com atualizações de software como o Full Self-Driving, cobrando valores acima do mercado. Analistas sugerem que a reversão da política ocorreu devido à queda na demanda por veículos usados e à desvalorização acelerada dos modelos da Tesla, que agora enfrentam concorrência acirrada no mercado de elétricos.
A narrativa dos táxis-robôs serviu para manter o interesse dos investidores na tecnologia de direção autônoma da Tesla, impulsionando o valor das ações da empresa. No entanto, a falta de transparência sobre os reais motivos da política de leasing gerou desconfiança entre clientes e especialistas. Embora a estratégia tenha sido legal, ela destacou a discrepância entre as promessas da montadora e a realidade, alimentando críticas sobre a credibilidade de suas inovações. Com os preços dos veículos usados em queda, a Tesla parece ter abandonado a tática para evitar maiores prejuízos à sua reputação.