Luciana Coutinho de Melo, de Campinas (SP), viveu a perda de dois filhos ainda bebês e transformou sua dor em uma missão de acolhimento. Após passar por dois lutos parentais, ela deixou a carreira de advogada e se tornou terapeuta, especializando-se em ajudar mães e pais enlutados. Sua história ganha relevância com a sanção da Lei do Luto Parental, que institui uma política nacional de apoio psicológico e humanizado para famílias que enfrentam a morte de filhos durante a gestação, parto ou primeiros dias de vida.
A nova lei, sancionada pelo presidente Lula, garante suporte pelo SUS, incluindo acompanhamento psicológico, exames para investigar causas de óbitos fetais e neonatais, e espaços reservados em maternidades para acolher famílias enlutadas. Além disso, permite o registro de natimortos com o nome escolhido pelos pais. Luciana destaca a importância desse avanço, mas ressalta que cada dor é única e que o acolhimento ainda precisa evoluir, baseada em sua própria experiência de falta de preparo dos profissionais de saúde.
Hoje, Luciana atua como mentora em terapias integrativas, auxiliando mulheres em momentos de ruptura. A lei representa um passo significativo, inspirado em iniciativas pioneiras de hospitais em Brasília, Ribeirão Preto e Maranhão, mas seu desafio será garantir que a implementação alcance todas as famílias com a sensibilidade necessária. Sua trajetória ilustra como o luto pode ser transformado em força para mudar realidades.