O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), demonstrou irritação com o PT após dois vereadores do partido votarem contra a criação de um núcleo armado da Guarda Municipal, alinhando-se a grupos opostos, como o PL e o Psol. Apesar de ser aliado do presidente Lula, Paes enxerga divergências crescentes com o PT, especialmente em temas como segurança pública, que devem influenciar a campanha eleitoral de 2026. Seus aliados destacam sua lealdade a Lula, mas criticam a falta de apoio de parte da base petista em projetos considerados estratégicos para a cidade.
Enquanto a direção estadual do PT no Rio afirma apoio programático ao prefeito, as tensões internas ficaram evidentes. O presidente do PT-RJ, João Maurício de Freitas, reforçou a parceria com Paes, citando projetos em conjunto com o governo federal, mas admitiu a necessidade de maior maturidade no debate sobre segurança. Já Washington Quaquá, vice-presidente nacional do PT, criticou o tom agressivo de aliados do prefeito, pedindo união para as eleições de 2026, mas reconheceu que a divergência dos vereadores petistas foi inadequada.
Pesquisas internas indicam que a associação com Lula pode prejudicar Paes no cenário eleitoral fluminense, onde o bolsonarismo ainda tem força. A complexidade da eleição estadual, que coincide com a nacional, exige alinhamentos mais estratégicos, e as recentes discordâncias revelam os desafios de manter coalizões estáveis em meio a divergências programáticas. O episódio antecipa os embates que devem marcar a disputa pelo governo do estado no próximo ano.