A articulação política do governo federal demonstrou desconforto com as declarações do ministro da Previdência e do líder do PT no Senado, que defenderam a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar o INSS. Segundo fontes do Palácio do Planalto, a proposta não foi alinhada com o governo, gerando mal-estar. Ambos afirmaram, durante audiência no Senado, que pessoalmente apoiam a instalação da comissão, posicionamento que foi recebido com críticas por parte da equipe presidencial.
O governo avalia que a abertura de uma CPMI é desnecessária, uma vez que o caso já está sendo apurado pela Controladoria-Geral da União (CGU) e pela Polícia Federal. Há preocupação de que a comissão possa interferir nas investigações em curso, acessando provas sigilosas ou redundando em pedidos de diligências já realizadas. Além disso, argumenta-se que a iniciativa pode ser usada politicamente, desviando o foco do trabalho já em execução.
A instalação da CPMI depende da coleta de assinaturas de um terço dos deputados e senadores, o que a tornaria automática. No entanto, o presidente do Congresso sinalizou que pode adiar ou não ler o requerimento, evitando sua concretização. A sessão conjunta prevista para 27 de maio pode ser postergada, refletindo a disputa política em torno do tema.