O governo federal tem adotado medidas expansionistas para impulsionar a economia, como a liberação de recursos do FGTS, novas regras para crédito consignado e ampliação da isenção do Imposto de Renda. Essas ações, somadas a gastos públicos elevados, buscam estimular o crescimento do PIB acima de 3% ao ano. No entanto, o Banco Central alerta que o ritmo acelerado da atividade econômica pressiona a inflação, exigindo uma política monetária mais restritiva, com juros elevados por mais tempo.
O descompasso entre a política fiscal expansionista e a monetária contracionista tem dificultado o controle da inflação, que subiu de 3,5% para 5,5% em 12 meses. Analistas destacam que os gastos públicos, incluindo reajustes reais do salário mínimo e investimentos em saúde e educação, aumentaram significativamente, pressionando as contas públicas. Embora o arcabouço fiscal aprovado em 2023 buscasse limitar o crescimento das despesas, especialistas apontam que ele já se mostra insustentável devido ao avanço dos gastos obrigatórios.
O Banco Central reforça a necessidade de desacelerar a economia para conter a inflação, destacando que o hiato do produto permanece positivo, indicando atividade acima do potencial sem pressões inflacionárias. A instituição defende maior harmonia entre as políticas fiscal e monetária para garantir a estabilidade econômica. Enquanto o governo mira o crescimento, o BC mantém juros altos, criando um cenário de tensão que pode impactar a trajetória da dívida pública e as expectativas do mercado.