As tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos têm se tornado um obstáculo significativo para a economia mundial, que por décadas funcionou com base em um comércio previsível e relativamente livre. Multinacionais como Electrolux, Volvo Cars e Diageo já revisaram suas metas de vendas e planos de negócios devido à incerteza, enquanto economias como Japão, Holanda e região do Oriente Médio e Norte da África (MENA) tiveram suas perspectivas de crescimento reduzidas. A tensão comercial entre EUA e China, com tarifas recíprocas de até 145%, também pressiona pequenas e médias empresas, muitas das quais estão deixando o mercado.
Apesar de negociações em andamento com países como Índia, Coreia do Sul e Japão, a falta de clareza sobre o desfecho das tarifas tem criado um ambiente de instabilidade. Pesquisas industriais mostram contração na atividade chinesa e britânica, enquanto a Alemanha registrou um crescimento que pode ser temporário, impulsionado por antecipações antes da entrada em vigor das taxas. Economistas alertam que o impacto negativo no curto prazo pode ser mitigado por cortes de juros de bancos centrais, mas o futuro do comércio global ainda é incerto.
Alguns analistas veem a Índia como possível beneficiária no cenário atual, já que recebe tarifas menores que a China e atrai parte da produção realocada. No entanto, a estratégia tarifária é vista principalmente como um choque de demanda, encarecendo importações e afetando consumidores e empresas norte-americanos. A longo prazo, questiona-se se as medidas levarão a reformas econômicas em outros países, como estímulos domésticos na China ou integração mais profunda na zona do euro.