O Sistema Único de Saúde (SUS) autorizou o uso de um curativo biológico feito a partir da membrana amniótica da placenta para tratar queimaduras. A técnica, já utilizada há décadas em outros países, foi recomendada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS após anos de pesquisa no Brasil. O material, que normalmente é descartado após o parto, age como uma barreira protetora contra infecções, reduz a dor e acelera a cicatrização, podendo permanecer no corpo por até 14 dias.
A membrana amniótica, localizada na parte interna da placenta, é retirada com o consentimento da mãe e passa por um processo de limpeza e armazenamento em bancos de tecidos. Flexível e resistente, o curativo pode ser aplicado em áreas sensíveis, como rosto e mãos, sem se deslocar. Com a aprovação do SUS, os hospitais poderão ampliar em até quatro vezes os estoques do material, que antes era usado apenas em pesquisas.
Agora, o Ministério da Saúde precisa definir as regras para doação, armazenamento e aplicação da membrana, além de selecionar os hospitais e maternidades habilitados para o procedimento. A expectativa é que o tratamento esteja disponível no início do próximo semestre, beneficiando pacientes como um pintor de 42 anos que já experimentou a técnica e relatou melhora significativa na dor e na cicatrização. A medida representa um avanço no tratamento de queimaduras no país, reduzindo riscos de infecção e acelerando a recuperação.