O Brasil confirmou dois focos de gripe aviária no Rio Grande do Sul, marcando o primeiro caso em aves comerciais no país. Um dos surtos ocorreu em uma granja de ovos férteis em Montenegro, onde mais de 15 mil aves morreram, e as sobreviventes foram sacrificadas. O outro foco foi identificado no Zoológico de Sapucaia do Sul, levando ao fechamento temporário do local. O Ministério da Agricultura decretou estado de emergência zoossanitária por 60 dias na região, com medidas restritivas em um raio de 10 km. A presença do vírus, detectado no Brasil desde 2023 em aves silvestres, agora em ambientes controlados, elevou a preocupação das autoridades.
A gripe aviária, causada pelo subtipo H5N1 do vírus influenza, é altamente contagiosa entre aves e pode levar a mortalidade de até 100% em casos graves. Embora o risco para humanos seja considerado baixo, a exposição direta a aves infectadas pode resultar em infecções esporádicas. Especialistas destacam que a detecção do vírus reflete a eficácia do sistema de vigilância, mas reforçam a necessidade de medidas de proteção para trabalhadores do setor avícola. Sintomas em humanos incluem febre alta, problemas respiratórios e, em casos raros, evolução para pneumonia grave, com taxa de letalidade de 50% segundo a OMS.
O consumo de ovos e carne de frango cozidos adequadamente permanece seguro, já que o vírus não resiste ao calor. Autoridades recomendam evitar produtos crus ou mal cozidos, como ovos com gema mole, prática já indicada para prevenir outras doenças alimentares. Até o momento, não há registros de infecções humanas no Brasil, mas o surgimento do vírus em aves comerciais acendeu um alerta para a necessidade de monitoramento rigoroso e ações preventivas.