O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar nesta terça-feira (20.mai.2025) a inclusão de mais 12 pessoas na lista de réus acusados de integrar uma organização criminosa que teria planejado um golpe de Estado em 2022. O grupo, formado por 11 militares da ativa e da reserva do Exército e um agente da Polícia Federal, é acusado de monitorar autoridades, pressionar o alto comando das Forças Armadas e articular ações para neutralizar figuras públicas. A decisão sobre a aceitação da denúncia será tomada pela 1ª Turma do STF, composta por cinco ministros, até quarta-feira (21.mai).
Desde março, o STF já havia aberto ação penal contra 21 pessoas, incluindo um ex-presidente e ex-ministros, suspeitos de tentar manter o poder de forma ilegítima após a derrota eleitoral em 2022. Os novos acusados são investigados por crimes como organização criminosa armada, tentativa de golpe e dano qualificado. Se aceita a denúncia, os militares da ativa sofrerão restrições em suas carreiras, como impedimento de promoções, e, se condenados, poderão ser expulsos das Forças Armadas pelo Superior Tribunal Militar (STM).
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), os investigados teriam participado de ações coercitivas, incluindo a elaboração de um documento vazado à imprensa para pressionar comandantes militares. Mensagens apreendidas indicam discussões sobre fraudes eleitorais e planos para neutralizar autoridades, como ministros do STF e o então presidente do Senado. O julgamento deve analisar o papel individual de cada acusado, com a fase de instrução criminal prevista para ocorrer após a decisão inicial.