A Primeira Turma do STF recebeu novos depoimentos de testemunhas indicadas pelas defesas de acusados envolvidos na investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado. Entre os depoentes, estavam um ex-diretor da Abin, que mencionou disputas internas sobre o uso de um software de monitoramento, e um coronel que afirmou que um dos investigados estava jogando vôlei no Rio de Janeiro durante os ataques de 8 de janeiro. O senador Hamilton Mourão, ex-vice-presidente, negou ter participado de reuniões ou conversas sobre medidas excepcionais, contradizendo informações de delações anteriores.
O atual comandante da Marinha, almirante Marcos Olsen, declarou não ter recebido ordens para mobilizar tropas contra a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Já o ex-ministro Aldo Rebelo, ao ser questionado sobre supostas declarações de um comandante, argumentou que expressões idiomáticas não devem ser interpretadas literalmente. Durante seu depoimento, Rebelo foi advertido pelo ministro Alexandre de Moraes, que o alertou sobre possível prisão por desacato caso não se comportasse adequadamente.
Os depoimentos continuarão na próxima semana, com mais de 50 testemunhas previstas para serem ouvidas. O caso envolve figuras-chave do governo anterior, incluindo ex-ministros e militares, acusados de integrar um núcleo crucial na tentativa de golpe. O STF mantém sigilo sobre gravações, mas permite que jornalistas acompanhem as sessões para garantir transparência no processo.