O Supremo Tribunal Federal (STF) avança na análise de depoimentos relacionados a uma ação penal que investiga uma suposta tentativa de interferência no processo democrático após as eleições de 2022. Na segunda semana de oitivas, testemunhas confirmaram a existência de um plano para questionar a segurança das urnas eletrônicas e manter o poder apesar do resultado eleitoral. Entre os ouvidos estão militares de alta patente e ex-integrantes do governo, que corroboraram informações sobre pressões para adiar a divulgação de relatórios que atestavam a lisura do sistema de votação.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou uma denúncia em março, acusando um grupo organizado de tentar impedir a posse do presidente eleito. Segundo as investigações, havia um esforço coordenado para desacreditar as eleições, com anotações e reuniões que sugeriam a elaboração de um discurso contra as urnas. Testemunhas relataram ainda que houve orientações para que órgãos públicos atuassem de forma parcial durante o pleito.
Os depoimentos devem seguir até o início de junho, com a previsão de ouvir mais de 80 pessoas, entre militares, ex-auxiliares e assessores. O processo busca esclarecer a extensão das ações e identificar possíveis responsáveis por violações ao Estado Democrático de Direito. As informações coletadas até agora reforçam a tese de que havia um planejamento prévio para contestar os resultados eleitorais, embora não tenham sido encontradas evidências de fraude no sistema.