O Supremo Tribunal Federal (STF) avança na análise dos depoimentos relacionados à ação penal que investiga uma suposta tentativa de interferência no processo democrático após as eleições de 2022. Na segunda semana de oitivas, testemunhas confirmaram a existência de um plano para questionar a segurança das urnas eletrônicas e manter o poder mesmo diante de uma derrota eleitoral. Entre os ouvidos estão ex-comandantes das Forças Armadas e diretores de órgãos federais, que relataram pressões para adiar a divulgação de relatórios que atestavam a lisura do sistema eleitoral.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) apontou em sua denúncia uma organização coordenada para descumprir o resultado das eleições, dividindo os envolvidos em núcleos específicos. Documentos apreendidos, como anotações manuscritas, sugerem um planejamento prévio para desacreditar as urnas eletrônicas. Além disso, há relatos de que agentes públicos foram orientados a atuar de forma parcial durante a votação, reforçando abordagens a eleitores em determinadas regiões.
Os depoimentos devem se estender até 2 de junho, com a previsão de ouvir mais de 80 testemunhas, embora nem todas sejam obrigadas a comparecer. O processo, relatado pelo ministro Alexandre de Moraes, busca esclarecer a extensão das ações e identificar possíveis crimes contra o Estado Democrático de Direito. As informações coletadas até agora reforçam a tese de que havia um esforço organizado para minar a confiança no sistema eleitoral.