Um novo estudo publicado na revista Nature revela que o Archaeopteryx, um dos fósseis mais importantes da paleontologia, possuía penas adaptadas para o voo, ainda que de forma limitada. Pesquisadores do Museu Field, com apoio de especialistas de Israel e China, analisaram um fóssil excepcionalmente preservado descoberto na Alemanha em 1861. Eles concluíram que o dinossauro, do tamanho de um pombo e que viveu há 150 milhões de anos, provavelmente conseguia planar ou realizar voos curtos, semelhantes aos de galinhas ou faisões.
A pesquisa destacou a estrutura das penas e a anatomia do Archaeopteryx, que tinha ossos dos braços mais longos que os das aves modernas, o que limitava sua aerodinâmica. Lacunas entre as penas e o corpo também reduziam sua capacidade de voo sustentado. Apesar disso, o animal representava um passo crucial na evolução do voo, sendo um elo entre répteis e aves. Técnicas avançadas, como tomografia computadorizada e luz ultravioleta, permitiram analisar tecidos moles e estruturas internas, revelando que o dinossauro dividia seu tempo entre o solo e as árvores.
O estudo reforça o papel do Archaeopteryx como peça-chave na compreensão da transição evolutiva dos dinossauros para as aves. As descobertas alimentam debates sobre como o voo surgiu entre os répteis pré-históricos e destacam a importância de fósseis bem preservados para a paleontologia. Segundo os pesquisadores, cada detalhe do fóssil traz novas informações, abrindo caminho para futuras investigações sobre as origens do voo.