Um estudo recente demonstra que a inteligência artificial consome recursos hídricos em grande escala, com cada 20 a 50 perguntas ao ChatGPT evaporando cerca de meio litro de água potável. Os data centers, essenciais para o processamento de dados de IA, demandam energia e sistemas de resfriamento que utilizam água, elevando preocupações ambientais. Com 400 milhões de usuários semanais, o volume total de água consumido poderia abastecer cidades brasileiras por dias, destacando a urgência de discutir o tema.
O governo brasileiro busca atrair investimentos em data centers com isenções fiscais, argumentando que a matriz energética hidrelétrica do país reduziria as emissões de carbono. No entanto, especialistas alertam para os riscos de aumentar a demanda por água e energia em um país que enfrentou a pior seca de sua história em 2024. O plano, ainda não divulgado publicamente, foi elaborado sem consulta ao Ministério do Meio Ambiente, levantando dúvidas sobre salvaguardas ambientais.
Empresas como Google e Microsoft já registram recordes no consumo de água após o avanço da IA, com parte dos recursos vindos de regiões sob estresse hídrico. Alternativas, como resfriamento a ar e energia solar, estão em desenvolvimento, mas ainda não são amplamente adotadas. Enquanto isso, especialistas defendem que incentivos fiscais devem ser vinculados a metas ambientais claras, evitando que o crescimento tecnológico ocorra às custas de recursos naturais essenciais.