Startups de inteligência artificial estão adotando semanas de trabalho extensas, muitas vezes sem folgas, como forma de acelerar o crescimento e competir no acelerado mercado de tecnologia. Empresas como Arrowster, Corgi e Latchbio exigem que seus funcionários trabalhem seis ou sete dias por semana, comparando a dedicação à de atletas de alto rendimento. Fundadores defendem que a cultura de trabalho intenso é necessária para aproveitar o momento único do boom da IA, embora reconheçam que a prática pode não ser sustentável em escala maior.
A tendência reflete uma cultura já presente em outros setores, como o financeiro e a indústria de games, onde longas jornadas são comuns. Em países como China e Coreia do Sul, semanas de trabalho extensas já são normalizadas, enquanto nos EUA, onde muitas dessas startups estão sediadas, não há leis federais que limitem a quantidade de horas trabalhadas. Especialistas alertam, no entanto, para os riscos de burnout e discriminação contra trabalhadores com responsabilidades familiares.
A ironia é que muitas dessas empresas prometem que a IA, no futuro, reduzirá a carga de trabalho humano. Enquanto isso, porém, funcionários são cobrados a manter ritmos exaustivos para construir esse mesmo futuro. A discussão sobre o equilíbrio entre produtividade e bem-estar continua aberta, especialmente em um setor onde a inovação e a velocidade são prioritárias.