Em julho de 2024, o INSS estabeleceu que autorizações para descontos em benefícios deveriam ser validadas por assinatura eletrônica avançada e biometria, visando combater fraudes. No entanto, investigações revelaram que associações utilizaram sistemas paralelos para realizar descontos em massa, aproveitando brechas nas regras. Uma delas, que nunca havia feito repasses, filiou mais de 184 mil pessoas em um único mês, usando plataformas de assinatura virtual não oficiais. Reclamações e processos judiciais indicam que a maioria dos beneficiários não autorizou os descontos.
Apesar das denúncias e de auditorias em curso, o INSS permitiu que 16 entidades continuassem usando um sistema de biometria paralelo, mesmo após a criação de um sistema oficial pela Dataprev. O então presidente do órgão prorrogou repetidamente o uso desse método, alegando ajustes necessários. O atual presidente afirmou que a flexibilização foi inadequada, pois abriu espaço para fraudes. As associações envolvidas estão sob investigação, mas não tiveram bens bloqueados pela Justiça.
Milhares de beneficiários, como aposentados e pensionistas, relataram descontos não autorizados e buscam reembolsos. O INSS criou uma plataforma para contestar os repasses, onde mais de 99% das respostas negam a autorização. Enquanto isso, as vítimas aguardam a devolução dos valores, sem prazo definido. O caso expõe falhas na fiscalização e riscos de sistemas não oficiais, mesmo após alertas de órgãos de controle.