A tradicional ideia de mulheres se casarem com parceiros de classe social mais alta, conhecida como hipergamia, está sendo gradualmente substituída pela hipogamia — quando mulheres formam relacionamentos com homens de menor status socioeconômico ou educacional. Essa mudança é impulsionada pelo aumento do acesso das mulheres ao ensino superior e à independência financeira, levando a um desequilíbrio demográfico em que há mais mulheres altamente educadas do que homens. Dados do Pew Research Center mostram que, nos EUA, 24% das mulheres em casamentos heterossexuais têm mais escolaridade que seus maridos, ante 19% em 1972, enquanto 29% dos casais dividem rendas similares.
Embora a hipogamia ganhe espaço em sociedades ocidentais, a hipergamia ainda prevalece em culturas como a da Índia e do Irã, onde normas patriarcais e casamentos arranjados perpetuam a busca por parceiros de status superior. No entanto, mesmo nesses contextos, há sinais de mudança, com mulheres priorizando autonomia e carreira. Em países escandinavos, onde políticas de igualdade de gênero são robustas, parcerias igualitárias são mais comuns, embora disparidades salariais ainda persistam.
As redes sociais têm reacendido debates sobre hipergamia, com tendências como “passport bros” e “tradwives” idealizando dinâmicas tradicionais. No entanto, especialistas argumentam que essas narrativas não refletem a realidade demográfica, onde mulheres educadas buscam compatibilidade emocional e respeito mútuo em vez de status. O desafio agora é como os homens e as estruturas sociais se adaptam a essa nova dinâmica, que redefine papéis de gênero e expectativas nos relacionamentos modernos.