O senador Hamilton Mourão, que foi vice-presidente no governo anterior, prestou depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) como testemunha de defesa em um caso que investiga supostas tentativas de golpe após as eleições de 2022. Ele foi indicado pelas defesas de outros envolvidos, mas não consta como réu nem foi citado em denúncias da Procuradoria-Geral da República (PGR), que acusou 34 pessoas. Mourão mantém proximidade com os investigados, mas seu nome não aparece em diálogos ou documentos relacionados ao suposto plano.
Em declarações públicas, o senador adotou um tom crítico em relação às investigações, classificando a articulação como um “plano sem pé nem cabeça” e questionando a existência de elementos concretos para caracterizá-la como tentativa de golpe. Durante entrevista em 2024, ele afirmou que apenas um pequeno grupo de militares, em sua maioria da reserva, estaria envolvido, sem ações efetivas que configurassem crime. Mourão também levantou dúvidas sobre o fundamento legal das acusações, sugerindo que escrever “bobagens” não seria suficiente para caracterizar ilícito.
O depoimento ocorre no contexto de uma ação penal que tramita no STF, focada no chamado “núcleo 1” da investigação. A PGR, por outro lado, sustenta que houve um plano coordenado para invalidar os resultados eleitorais, com participação de integrantes das Forças Armadas e ex-ministros. Até o momento, não há evidências públicas que liguem diretamente o senador à elaboração ou execução do suposto plano.