Em uma entrevista recente, a cientista-chefe da Colossal Biosciences admitiu que os chamados “lobos terríveis”, anunciados como a primeira espécie “desextinta” do mundo, são na verdade lobos cinza modificados com 20 edições genéticas. A revelação contradiz o comunicado inicial da empresa, que em abril afirmou ter recriado a espécie extinta há 12.500 anos. Especialistas criticaram a alegação, destacando a falta de evidências para considerar os animais como verdadeiros lobos terríveis, além de apontar diferenças físicas, como a pelagem distinta entre as espécies.
A Colossal Biosciences manteve o uso do termo “lobo terrível” para descrever os animais, defendendo-se em redes sociais e afirmando que sempre foi transparente sobre as modificações genéticas. No entanto, cientistas argumentam que a abordagem da empresa desvia-se do conceito real de desextinção, já que os animais não são uma reconstrução fiel da espécie original. A empresa, por sua vez, ressaltou o potencial da tecnologia para recuperar espécies perdidas e auxiliar na conservação de outras ameaçadas, como os lobos-vermelhos.
A polêmica levantou debates sobre o impacto da desextinção nos esforços de conservação. Enquanto a empresa nega que a iniciativa diminua a importância de preservar espécies ameaçadas, críticos alertam para o risco de desviar recursos e atenção de medidas tradicionais de proteção. A discussão continua, com especialistas enfatizando que, apesar do avanço científico, a técnica não representa uma verdadeira ressurreição de espécies extintas.