A Rua dos Protestantes, conhecida por abrigar a Cracolândia, amanheceu praticamente vazia no início da semana, com apenas duas viaturas da Guarda Civil Metropolitana (GCM) vigiando o local. Moradores e comerciantes relataram que, até a semana passada, cerca de 200 usuários de drogas ocupavam a área, mas o repentino esvaziamento surpreendeu até o prefeito, que destacou ações recentes contra o tráfico na região. Autoridades afirmam que não houve remoção forçada, mas entidades locais sugerem que a dispersão pode ter sido resultado de medidas mais rigorosas e violentas nos últimos meses.
O secretário de Segurança Urbana negou o uso de violência, explicando que a diminuição de usuários se deve a operações como a intensificação de buscas com cães farejadores e o bloqueio de entradas com cachimbos. No entanto, comerciantes e moradores expressaram preocupação com um possível deslocamento do fluxo para áreas vizinhas, como a Rua Santa Ifigênia ou o Bom Retiro, onde pequenos grupos de usuários já foram avistados. Enquanto isso, equipes de atendimento social da prefeitura continuam atuando na região.
Especialistas alertam que a dispersão sem um plano de cuidado integral pode agravar o problema, espalhando usuários para outras áreas sem oferecer soluções efetivas. A situação permanece incerta, com autoridades monitorando possíveis novos pontos de aglomeração e moradores divididos entre esperança e ceticismo sobre a permanência do esvaziamento. O caso reacende o debate sobre políticas públicas para lidar com o uso problemático de drogas e seus impactos urbanos.