Roraima é o único estado brasileiro ainda desconectado do Sistema Interligado Nacional (SIN), dependendo majoritariamente de termelétricas a diesel para geração de energia — uma fonte cara, poluente e instável. Segundo estudo da Frente Nacional dos Consumidores de Energia (FNCE), 89% da energia do estado vem dessas usinas, resultando em tarifas elevadas e frequentes blecautes. A expectativa é que o Linhão de Tucuruí, obra em andamento desde 2022 e prevista para conclusão em setembro de 2025, mude esse cenário ao integrar Roraima ao SIN até 2026, reduzindo custos e aumentando a estabilidade energética.
O isolamento elétrico de Roraima também impacta o resto do país, com subsídios da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) ultrapassando R$ 11 bilhões em 2024 para manter sistemas isolados, parte direcionada ao estado. A interligação promete diminuir essa dependência de subsídios e ampliar o uso de fontes renováveis, como hidrelétricas e energia solar. No entanto, comunidades remotas ainda precisarão de soluções off-grid, como sistemas solares com armazenamento, para garantir acesso estável à eletricidade.
O debate sobre a transição energética ganhou destaque durante seminário realizado pela FNCE, que reuniu especialistas para discutir desafios como a descarbonização e a inclusão social no setor. Enquanto o Brasil possui uma das matrizes mais renováveis do mundo, regiões como o Norte ainda enfrentam altos custos e instabilidade. A interligação de Roraima ao SIN é vista como um passo crucial para equilibrar eficiência econômica e sustentabilidade, beneficiando tanto o estado quanto o país.