O Ibovespa enfrentou volatilidade nesta semana, recuando para abaixo dos 140 mil pontos após uma queda de 1,59% na quarta-feira, refletindo a aversão a riscos fiscais tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Apesar das projeções otimistas para o mercado acionário brasileiro e do fluxo de investidores estrangeiros, a cautela com políticas fiscais e a realização de lucros pesaram sobre o índice. Analistas destacam que, no curto prazo, os juros futuros e incertezas sobre o déficit americano podem limitar ganhos, embora mantenham perspectivas positivas para a renda variável no médio prazo.
Nos EUA, a aprovação do pacote fiscal de Donald Trump pela Câmara elevou preocupações sobre o aumento da dívida pública em até US$ 5 trilhões na próxima década, potencialmente adiando cortes de juros pelo Federal Reserve. Na Europa, as bolsas caíram mais de 1% após dados fracos de PMIs, enquanto nos EUA o indicador subiu modestamente. No Brasil, o foco se volta ao Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias, com expectativas de contingenciamentos para cumprir a meta fiscal, embora medidas alternativas, como a venda de excedentes do pré-sal, possam aliviar a pressão.
Embora o cenário doméstico ainda inspire otimismo, os riscos globais, como o déficit americano e a possível pressão sobre os juros locais, mantêm o mercado em alerta. Analistas ressaltam que a sinalização de austeridade pelo governo brasileiro pode melhorar a confiança, mas medidas baseadas em receitas extraordinárias são vistas com ceticismo. O Ibovespa segue sensível a esses movimentos, com suporte técnico em 136.000 pontos e resistência nos 140.250, que poderiam reacender o ímpeto de alta.