As reuniões no Salão Oval da Casa Branca, tradicionalmente marcadas por formalidade, ganharam um tom controverso durante o atual governo. Em um encontro recente com o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, foi exibido um vídeo que alegava perseguição à minoria branca no país, uma narrativa que tem sido promovida por autoridades americanas. A delegação sul-africana demonstrou desconforto diante das acusações, que carecem de evidências concretas, enquanto o líder africano questionou a origem das imagens.
A tensão reflete divergências políticas mais amplas, incluindo a suspensão de ajuda financeira dos EUA à África do Sul após a aprovação de uma lei que permite a expropriação de terras para fins públicos. Além disso, o governo americano concedeu status de refugiados a sul-africanos brancos, levantando críticas sobre critérios seletivos, já que outras nacionalidades enfrentam restrições migratórias. A situação foi agravada pela influência de figuras próximas ao poder, que defendem a ideia de um “genocídio branco” sem base factual.
O clima constrangedor durante a reunião contrastou com momentos de descontração, como quando Ramaphosa brincou sobre não poder oferecer um avião luxuoso, em referência a uma polêmica envolvendo o líder americano. A imprensa comparou o episódio a outros embates recentes no mesmo local, destacando a mudança no tom das relações diplomáticas. O incidente reforça as críticas sobre a politização de questões raciais e a falta de diálogo em discussões internacionais.