O Reino Unido e a União Europeia estão próximos de firmar um acordo significativo para reconfigurar suas relações após o Brexit, com foco em comércio e defesa. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, busca reduzir atritos e promover benefícios concretos para a economia e a segurança do país, como a participação em um programa europeu de defesa de 150 bilhões de euros. Medidas como a simplificação de barreiras comerciais para pequenos produtores e o acesso facilitado a portões eletrônicos para viajantes britânicos estão em discussão, enquanto o Reino Unido considera aderir a programas de mobilidade juvenil e intercâmbio estudantil.
A reaproximação ocorre em um contexto global de incertezas, com a guerra na Ucrânia e as mudanças na política externa dos Estados Unidos pressionando os países a reforçarem alianças. O Reino Unido, que recentemente fechou acordos comerciais com a Índia e obteve concessões tarifárias dos EUA, vê na cooperação com a Europa uma forma de impulsionar sua economia e segurança. No entanto, o governo enfrenta críticas de opositores do Brexit, que acusam o acordo de representar uma concessão excessiva à União Europeia.
Apesar dos desafios políticos internos, Starmer tenta superar as divisões deixadas pelo Brexit, focando em soluções práticas para melhorar a vida dos britânicos. Especialistas destacam que a aceitação de algumas regras europeias, como padrões para o comércio de alimentos, pode ser necessária para reduzir custos e burocracias. Apesar do espaço limitado para manobras, a reaproximação com a Europa é vista como um passo estratégico em um mundo cada vez mais volátil.