Em Campinas (SP), duas repúblicas jovens oferecem moradia gratuita e suporte integral para homens e mulheres de 18 a 21 anos que deixaram abrigos após completarem a maioridade sem serem adotados. O serviço, coordenado por Newton Monteiro, vai além do acolhimento, proporcionando auxílio na educação, inserção no mercado de trabalho, organização financeira e formação de vínculos sociais. Os jovens vivem em um sistema de autogestão, responsáveis por tarefas domésticas e pela própria rotina, enquanto recebem acompanhamento multiprofissional para garantir autonomia e independência.
O programa prioriza aqueles em situação de vulnerabilidade, sem vínculos familiares ou condições de autossustento. Parcerias com instituições como Senai e Sesi oferecem cursos profissionalizantes, muitas vezes com remuneração ao final, além de orientação para poupar recursos e planejar o futuro. Apesar da liberdade concedida, muitos jovens optam por não revisitar seu passado, preferindo se apresentar como moradores de uma república comum, em um esforço para reconstruir suas identidades e dignidade.
Apesar da importância, especialistas alertam que a oferta de vagas é insuficiente em nível nacional, deixando muitos jovens sem apoio após saírem dos abrigos. Em Campinas, as repúblicas atendem 12 pessoas por vez, com rotatividade de um a dois anos, e não há fila de espera. No entanto, a demanda por serviços similares em outras cidades ainda é um desafio, destacando a necessidade de políticas públicas mais robustas para essa transição crítica à vida adulta.