Comerciantes e imagens de segurança relatam o aumento da truculência por parte de agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) contra usuários de drogas na região da Cracolândia, em São Paulo. Vídeos exclusivos mostram agressões com cassetetes, chutes e spray de pimenta, ocorridas dias antes do esvaziamento total da área em 13 de maio. Testemunhas afirmam que as ações se intensificaram nas últimas semanas, com relatos de ameaças e até uso de armas contra os frequentadores do local. A Prefeitura de São Paulo não se manifestou sobre as denúncias.
Com o desaparecimento do fluxo de usuários na Cracolândia, grupos se dispersaram para outras regiões do Centro, como a Praça Marechal Deodoro e o Terminal Princesa Isabel. Comerciantes relatam que os agentes têm impedido a permanência dos usuários nas proximidades, usando métodos violentos para afastá-los. Um mapeamento da Secretaria de Segurança Pública identificou 72 pontos de concentração de dependentes químicos na cidade, indicando uma migração forçada e fragmentada.
Autoridades atribuem o esvaziamento da Cracolândia a operações contra o tráfico e a interrupção de redes criminosas que sustentavam o fluxo. Enquanto isso, organizações de direitos humanos alertam para a falta de políticas eficazes de acolhimento e tratamento, destacando que a dispersão apenas desloca o problema sem resolvê-lo. O cenário atual revela um conflito entre medidas de segurança pública e a necessidade de abordagens sociais mais estruturadas.