Pacientes e especialistas destacam os contrastes entre os tratamentos em hospitais psiquiátricos e nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) no Distrito Federal. Deysielen Fialho, 30 anos, compartilha experiências traumáticas de internação, incluindo restrição física e supermedicação, enquanto elogia a reabilitação por meio de terapias comunitárias e atividades artísticas nos Caps. Já Rita Luciane, 53 anos, compara o acolhimento humanizado dos centros com as violências sofridas em hospitais, reforçando a importância de um modelo que priorize a dignidade e a inclusão social.
A 1ª Mostra de Cinema Antimanicomial do DF, em homenagem a Raquel França, vítima de falhas no sistema, marca o Dia Nacional da Luta Antimanicomial (18 de maio). O evento, organizado por coletivos e instituições, defende a reforma psiquiátrica, que substitui manicômios por cuidados baseados em liberdade e respeito. Thessa Guimarães, presidente do Conselho Regional de Psicologia do DF, critica instituições como o Hospital São Vicente de Paulo, classificando-as como “depósitos humanos” que perpetuam violências.
Enquanto a Secretaria de Saúde do DF não se pronuncia, histórias como as de Deysielen e Rita ilustram a urgência de políticas públicas que garantam atendimento digno. A mostra exibe filmes e promove debates, incluindo saúde mental indígena, reforçando a necessidade de mudanças estruturais. O Caps surge como exemplo de sucesso, oferecendo terapias grupais, oficinas e apoio que transformam vidas, longe dos traumas das internações tradicionais.