Um relatório preliminar da Polícia Civil de São Paulo apontou que parte dos valores pagos pelo Corinthians em um contrato de patrocínio com a casa de apostas Vai de Bet foi repassada a uma empresa suspeita de ter vínculos com uma organização criminosa. De acordo com a investigação, cerca de R$ 1 milhão, dos R$ 1,4 milhão pagos pelo clube, teria seguido para a UJ Football Talent Intermediação Ltda., identificada como possível braço de uma facção no futebol. O documento ainda é preliminar e não conclui o inquérito, mas detalha um suposto esquema de lavagem de dinheiro que teria lesado os cofres do Corinthians.
O clube afirmou, em nota, que é vítima das circunstâncias e não tem controle sobre o uso de valores repassados a terceiros. O contrato de patrocínio, no valor de R$ 360 milhões, foi rescindido após as suspeitas e está no centro de um processo de impeachment contra o atual presidente do Corinthians. A investigação também revelou que o dinheiro passou por outras empresas antes de chegar à UJ Football, algumas delas apontadas como “fantasmas” pela polícia.
O caso ganhou repercussão após a divulgação de uma delação premiada que vinculava a empresa a um integrante de uma facção. A polícia investiga ainda se há relação entre o esquema e o assassinato de um empresário que havia feito acusações semelhantes. O Corinthians reiterou seu compromisso com a transparência e o apoio às investigações, enquanto o processo de impeachment segue em tramitação no conselho do clube.