Um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) revelou graves falhas nos procedimentos de validação do INSS para autorizar descontos em benefícios de aposentados. O documento apontou que algumas entidades filiaram milhares de pessoas em prazos curtos, como um caso em que 1,5 mil aposentados foram cadastrados por hora em abril de 2024. Além disso, a CGU identificou que 71% dos processos analisados tinham documentação incompleta ou não enviada, indicando fragilidade nos controles do instituto.
Apesar dos alertas da CGU, o INSS manteve um sistema vulnerável até janeiro de 2025, permitindo que descontos indevidos continuassem. Em março de 2024, o órgão implementou uma norma exigindo biometria e assinatura eletrônica, mas uma solução temporária, sem validação oficial, foi adotada meses depois. Essa medida levou a um aumento explosivo nos descontos, que passaram de 10 mil para mais de 780 mil em junho do mesmo ano.
A CGU recomendou repetidamente o bloqueio de novos descontos, mas o INSS ignorou as advertências e prorrogou o uso do sistema paralelo. Mesmo após a entrega do sistema oficial de biometria, a solução temporária foi estendida, ampliando os riscos de irregularidades. O relatório destaca a necessidade de maior rigor na fiscalização para evitar fraudes e proteger os beneficiários.