A relatora da CPI das Apostas expressou insatisfação com o desvio de foco das investigações, que, em sua avaliação, deveriam priorizar crimes como estelionato e lavagem de dinheiro envolvendo casas de apostas. Embora reconheça que os depoimentos de influenciadores digitais tenham alcance nas redes sociais e ajudem na conscientização, ela argumenta que o tempo limitado da comissão — que se encerra em 14 de junho — está sendo mal aproveitado. A senadora destacou a necessidade de ouvir suspeitos de envolvimento em esquemas criminosos, em vez de dedicar sessões a figuras públicas que poderiam ser ouvidas em audiências.
A crítica ganhou força após a oitiva de um religioso na CPI, considerada pela relatora como um uso inadequado do tempo. O presidente da comissão defendeu a convocação, alegando a relevância ética do depoente. No entanto, a relatora sustenta que a agenda deveria incluir mais sessões para investigar suspeitas concretas, evitando que a presença de influenciadores sirva como “cortina de fumaça” para crimes financeiros.
Há ainda a possibilidade de o relatório final incluir menções a influenciadores que promovem casas de apostas, mas a apreciação do texto está em risco devido a manobras políticas para esvaziar a CPI. A falta de quórum e a pressão de senadores ligados ao setor ameaçam o andamento dos trabalhos, enquanto depoentes reiteram que atuam dentro da legalidade, distanciando-se de responsabilidades sobre apostadores.