A região da Luz, em São Paulo, conhecida historicamente como cracolândia, registrou uma redução significativa na concentração de usuários de crack desde maio de 2025, com números caindo de mais de 600 para menos de 100 pessoas. Autoridades estaduais e municipais atribuem o resultado a operações recentes contra o tráfico, associado ao PCC, e ao aumento de pessoas em tratamento. No entanto, movimentos sociais e a oposição afirmam que o esvaziamento se deve ao deslocamento forçado por conta da violência policial, com relatos de usuários migrando para outras áreas, como Guarulhos e a avenida Paulista.
As operações na região, intensificadas desde meados de 2024, resultaram na apreensão de drogas, dinheiro e itens ligados ao tráfico, além de prisões. O governo alega que não houve espalhamento significativo de usuários para outras áreas, enquanto críticos destacam imagens de abuso policial e a falta de soluções duradouras. O vice-governador e o prefeito reconhecem que apenas o tempo dirá se o esvaziamento é permanente, com um prazo de seis meses para avaliar a efetividade das ações.
A cracolândia é um problema crônico em São Paulo, com intervenções variando entre repressão e políticas sociais desde os anos 1990. Estratégias como a requalificação urbana, operações policiais e programas de redução de danos tiveram resultados limitados, com ciclos de dispersão e retorno dos usuários. A atual abordagem, focada no combate ao crime organizado e no tratamento, busca romper esse padrão, mas especialistas questionam se a solução será sustentável sem uma integração maior de políticas públicas.