O presidente argentino, Javier Milei, eliminou a maioria dos controles cambiais no mês passado, facilitando o acesso da população e das empresas ao mercado oficial de câmbio após seis anos de restrições. A medida, parte de um pacote mais amplo de reformas econômicas, foi bem recebida por investidores e pelo setor formal, que agora podem operar com maior liberdade. No entanto, os cambistas ilegais, conhecidos como “arbolitos”, enfrentam dificuldades, já que a convergência entre as taxas oficiais e paralelas reduziu a demanda por seus serviços.
A flexibilização cambial ajudou a Argentina a fechar um acordo de US$ 20 bilhões com o FMI e atrair investimentos estrangeiros, além de permitir que empresas remetam lucros ao exterior sem restrições. Embora a medida tenha fortalecido a confiança no sistema financeiro, o turismo no país sofreu uma queda de 25% no primeiro trimestre de 2025, reflexo do aumento dos preços. Além disso, trabalhadores informais ainda recorrem ao mercado paralelo para evitar a fiscalização tributária, mantendo alguma demanda por esse segmento.
Apesar dos avanços, muitos argentinos enfrentam dificuldades para poupar ou converter pesos em dólares devido à queda do poder de compra. Professores e servidores públicos, por exemplo, viram sua renda real diminuir, mesmo com a desaceleração da inflação. Para especialistas, as reformas são um passo importante para a recuperação econômica, mas os desafios persistem, especialmente para a população de baixa renda, que lida com incertezas diárias sobre seu sustento.