Uma rede de espionagem russa atuou no Brasil desde os anos 1980 com apoio de diplomatas, utilizando documentos falsificados para criar identidades brasileiras e infiltrar agentes em outros países. De acordo com depoimentos exclusivos e reportagens, o esquema envolveu a falsificação de certidões de nascimento e passaportes, permitindo que espiões da antiga KGB e do serviço secreto russo operassem sob disfarces. Um dos casos mais emblemáticos envolveu um agente preso em 2023 após tentar ingressar no Tribunal Penal Internacional de Haia com identidade falsa, sendo alvo de investigações conjuntas entre autoridades brasileiras e americanas.
O The New York Times revelou uma lista de nove espiões que utilizaram identidades brasileiras, incluindo nomes fictícios e empresas de fachada. Entre os casos citados, um suposto empresário mantinha atividades próximas ao Consulado dos EUA no Rio de Janeiro, enquanto outro desapareceu antes de ser localizado pela Polícia Federal. Documentos falsos também foram usados por um casal que se mudou para Portugal e por uma agente que teria seguido para a Namíbia, evidenciando a extensão da operação.
A defesa de um dos envolvidos contestou as acusações, argumentando que não há provas concretas de espionagem e que a prisão decorre de um pedido de extradição. Procuradas, as embaixadas da Rússia e dos EUA, assim como a Polícia Federal, não se pronunciaram sobre o caso. As investigações continuam, destacando a complexidade e o alcance internacional da rede de espionagem.