O mercado de bonecas reborn, frequentemente retratado como um fenômeno massivo nas redes sociais, revela uma disparidade entre o volume de conteúdo online e o interesse real de compra. Relatórios indicam que o setor movimentou US$ 200 milhões em 2024, com crescimento anual de 8%, mas representa apenas uma fração do mercado global de bonecas, estimado em US$ 24 bilhões. Apesar dos milhões de visualizações no TikTok e picos de buscas no Google, apenas 2% do engajamento vem de potenciais compradores, sendo a maioria colecionadoras adultas (60% das vendas), seguidas por presentes infantis (25%) e uso terapêutico (10%).
No Brasil, o interesse pelo tema é alto, mas as vendas permanecem modestas, com lojas especializadas comercializando entre 20 e 30 unidades por mês. Os preços variam de R$ 188 a R$ 8 mil, dependendo do material e do realismo da peça. Enquanto projetos de lei surgem para coibir supostos abusos, como tentativas de usar bonecas reborn no SUS, os dados mostram que esses casos são praticamente inexistentes, levantando questões sobre a necessidade de regulamentação baseada em fatos.
O fenômeno reborn ilustra como métricas digitais podem inflar a percepção de um nicho que, na prática, atende a demandas específicas: desde terapia para idosos até hobbies de colecionadores. O contraste entre o barulho midiático e os números reais serve como lembrete de que engajamento não se traduz necessariamente em adoção em larga escala. Por trás das postagens virais, está um mercado que ocupa espaços silenciosos de cuidado, nostalgia e afeto simbólico.