O real é a quarta moeda que mais se valorizou frente ao dólar em 2023, segundo um ranking de 118 países elaborado pela Austin Rating com base em dados do Banco Central do Brasil. Até esta terça-feira (13), a moeda brasileira acumulava alta de 10,1%, ficando atrás apenas do rublo russo (34,2%), do cedi de Gana (16,6%) e da coroa sueca (13,5%). No total, 72 moedas tiveram valorização no período, enquanto 26 se desvalorizaram, com destaque negativo para o bolívar venezuelano, que caiu 44,2%.
A queda do dólar em relação ao real pode ser explicada por quatro fatores principais, segundo o economista-chefe da Austin Rating. Entre eles estão a percepção de redução do risco externo, impulsionada pela possível queda nos juros dos EUA após dados de inflação abaixo do esperado, e o acordo temporário entre EUA e China para reduzir tarifas recíprocas. Além disso, o cenário fiscal brasileiro mostrou leve melhora, e o diferencial entre as taxas de juros do Brasil (14,75%) e dos EUA (4,25%-4,50%) continua atraindo investimentos para o país.
Apesar do cenário positivo, o economista ressalta que os desafios fiscais no Brasil ainda são um obstáculo para um crescimento mais robusto, com juros menores e inflação controlada. O dólar comercial fechou o dia cotado a R$ 5,6086, enquanto a taxa Ptax, usada como referência no ranking, foi de R$ 5,6256. O levantamento também apontou que 20 moedas mantiveram estabilidade frente ao dólar no ano.