Pesquisadores britânicos identificaram que um documento adquirido pela Faculdade de Direito de Harvard em 1946, por apenas US$ 27,50, é na verdade uma raríssima cópia original da Carta Magna emitida pelo rei Eduardo 1º em 1300. O exemplar, até então considerado uma mera reprodução, é uma das sete versões sobreviventes da época e possui grande importância histórica, reforçando os princípios de que o governo está sujeito à lei — base de constituições como a dos EUA. A descoberta surpreendeu especialistas, já que a universidade guardou o item por décadas sem conhecer seu verdadeiro valor.
Os professores David Carpenter e Nicholas Vincent confirmaram a autenticidade do documento ao compará-lo com outras cópias conhecidas, analisando características como caligrafia e dimensões. Imagens obtidas com luz ultravioleta revelaram detalhes idênticos aos originais de 1300, incluindo letras alongadas e um “E” maiúsculo distintivo. Carpenter destacou que a Carta Magna de Harvard deve ser celebrada como um marco das liberdades constitucionais, e não como uma simples cópia desbotada.
A revelação ocorre em um momento delicado para Harvard, que enfrenta restrições a subsídios federais sob o governo Trump — uma situação que críticos associam a violações de princípios da própria Carta Magna. Embora uma versão de 1297 tenha sido vendida por US$ 21,3 milhões em 2007, não há planos de comercializar o achado. O documento, comprado há quase 80 anos de um livreiro londrino, havia sido erroneamente datado como sendo de 1327, subestimando seu significado histórico.