Um levantamento da Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (ALANAC) revelou que quatro dos dez medicamentos genéricos mais vendidos no Brasil são indicados para o tratamento de hipertensão. A prevalência desses remédios reflete a alta incidência da doença no país, que afeta cerca de 30% da população, porcentagem que dobra entre pessoas acima de 60 anos. A hipertensão, considerada uma epidemia global, está ligada a hábitos alimentares inadequados, sedentarismo e obesidade, e pode levar a complicações graves como AVC, infarto e insuficiência cardíaca.
A doença, muitas vezes assintomática, faz com que 30% dos hipertensos no Brasil desconheçam sua condição, destacando a importância de exames regulares. Além dos antihipertensivos, a lista dos mais vendidos inclui medicamentos para disfunção erétil, como tadalafila e sildenafila, cujo uso recreativo tem crescido entre homens jovens sem prescrição médica, representando um risco à saúde. Também aparecem na lista um analgésico (dipirona) e um anti-inflamatório (nimesulida), este último proibido em alguns países devido a riscos renais.
O levantamento ainda relaciona o consumo excessivo de remédios para gases (simeticona) e colesterol (sinvastatina) aos maus hábitos alimentares dos brasileiros. Especialistas reforçam que uma dieta balanceada e exercícios físicos poderiam reduzir a necessidade de muitos desses medicamentos. A segurança dos genéricos, disponíveis desde 1999, foi destacada, garantindo eficácia e acesso a tratamentos a preços acessíveis.