Moradores da região do Butantã, em São Paulo, organizaram um protesto contra a derrubada de mais de 6.600 árvores no Instituto Butantan, que planeja expandir seu complexo industrial para a produção de vacinas e medicamentos. O terreno, que abriga remanescentes de Mata Atlântica e espécies nativas, faz parte de um corredor ecológico vital para a fauna local. Os manifestantes argumentam que a perda dessa vegetação pode agravar os impactos ambientais na cidade, já carente de áreas verdes.
O plano diretor do instituto, aprovado em 2021, prevê a remoção das árvores em quatro áreas, incluindo a construção de um restaurante e a expansão de setores de pesquisa. Como compensação, a Fundação Butantan promete plantar mais de 9.000 mudas de espécies nativas no local, reduzindo a área verde total de 50% para 43%. Ambientalistas criticam a medida, sugerindo que a expansão poderia ser feita em outras propriedades do instituto, como a fazenda São Joaquim, em Araçariguama.
O Butantan destacou que o projeto é de longo prazo, com implementação em 20 anos, e que 60% das árvores a serem removidas são espécies invasoras. O instituto também reforçou seu papel na produção de vacinas e pesquisa científica. No entanto, a comunidade local continua preocupada com a perda de biodiversidade e o impacto no microclima da região, defendendo a preservação do que chamam de “santuário verde” em São Paulo.