O anúncio de uma possível tarifa de 100% sobre filmes produzidos no exterior, proposta como medida para revitalizar a indústria cinematográfica americana, gerou reações e dúvidas no setor. A justificativa apresentada é que Hollywood estaria em declínio, com quedas nos investimentos em produção e concorrência de plataformas de streaming. No entanto, dados recentes mostram sinais de recuperação, como o bom desempenho de “Thunderbolts” nas bilheterias. Ainda não está claro se a medida afetaria apenas produções estrangeiras ou também filmes de estúdios americanos gravados fora dos EUA, como “Gladiador II” e “Missão Impossível”.
A proposta levantou preocupações em países como Reino Unido, Austrália e Nova Zelândia, que oferecem incentivos fiscais para atrair produções cinematográficas. Líderes e representantes da indústria destacaram o risco de desemprego para profissionais locais e o impacto negativo em coproduções. Enquanto isso, alguns estados americanos, como a Califórnia, buscam ampliar seus próprios incentivos para competir com outras regiões. A falta de detalhes sobre como as tarifas seriam aplicadas — incluindo se afetariam streaming ou apenas lançamentos nos cinemas — aumenta a incerteza.
Especialistas alertam que a medida pode ter efeitos colaterais, como retaliações de outros países contra filmes americanos, prejudicando ainda mais o mercado. A Organização Mundial do Comércio (OMC) também impõe uma moratória sobre tarifas de bens digitais até 2026, o que pode complicar a implementação. Enquanto aguardam mais informações, produtores e investidores temem que a iniciativa, em vez de salvar Hollywood, cause mais danos do que benefícios.