O Senado demonstra resistência em avançar com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba com a reeleição para cargos do Executivo, como presidente, governadores e prefeitos. Apesar de haver consenso sobre o fim da recondução, trechos que reduzem o mandato dos senadores de oito para cinco anos e unificam eleições municipais e nacionais geram descontentamento. O presidente da Casa, Davi Alcolumbre, sinalizou que a votação pode ser adiada para o segundo semestre, diante das divergências.
A PEC, aprovada simbolicamente pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), prevê o fim da reeleição em duas etapas: a partir de 2028 para prefeitos e 2030 para presidente e governadores. Além disso, propõe a unificação das eleições em 2034 e a padronização dos mandatos em cinco anos para todos os cargos eletivos. A redução do mandato dos senadores é o principal ponto de atrito, com parlamentares argumentando que isso desvalorizaria a Casa, equiparando-a à Câmara dos Deputados.
Enquanto defensores da mudança destacam a redução de custos e o fim da “campanha permanente”, críticos alertam que a unificação das eleições prejudicaria a visibilidade de candidatos locais, tornando o pleito municipal menos relevante. Dados históricos mostram que a reeleição é bem-sucedida em cerca de 60% dos casos, com prefeitos tendo taxa de 64%. Especialistas apontam o uso da máquina pública como fator decisivo, enquanto parlamentares criticam o foco excessivo na recondução em detrimento da governabilidade.