A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê o fim da reeleição para cargos do Executivo avança no Senado, mas enfrenta resistências devido a mudanças nos mandatos dos senadores e na unificação das eleições. Aprovada simbolicamente na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a PEC estabelece o fim da recondução de prefeitos a partir de 2028 e de presidentes e governadores a partir de 2030. No entanto, a redução do mandato dos senadores de oito para cinco anos e a unificação das eleições municipais e nacionais a partir de 2034 têm gerado descontentamento entre parlamentares, que temem prejudicar a representatividade local e a atratividade do cargo senatorial.
A reeleição, permitida desde 1997, tornou-se uma regra no cenário político brasileiro, com altas taxas de sucesso: cerca de 64% dos prefeitos e 67% dos governadores que buscam a recondução conseguem novos mandatos. Especialistas apontam o uso da máquina pública e a maior exposição midiática como fatores decisivos para essa vantagem. No Congresso, críticos argumentam que a reeleição desvia o foco dos governantes, que passam a priorizar campanhas em vez de gestão. Apesar do consenso sobre o fim da recondução, os detalhes da PEC ainda dividem opiniões.
Enquanto alguns senadores defendem a retomada da proposta original, que ampliaria os mandatos para dez anos, outros criticam a unificação das eleições, alegando que isso prejudicaria as campanhas locais. A discussão deve se prolongar, com a possibilidade de a votação no plenário ser adiada para o segundo semestre. A Câmara dos Deputados também apresenta resistências, especialmente em relação à mudança no calendário eleitoral, o que indica um caminho longo até a eventual aprovação da PEC.