A proposta de criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar fraudes em descontos não autorizados nos benefícios do INSS tem dividido opiniões dentro do PT e da base governista. Enquanto senadores como Fabiano Contarato (PT-ES) e Rogério Carvalho (PT-SE) apoiam a investigação, alegando que ela beneficiaria a população vulnerável e apuraria irregularidades desde 2019, o Palácio do Planalto orienta contra a medida, argumentando que órgãos como a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal já estão apurando os fatos.
O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), chegou a considerar assinar o requerimento, mas descartou a possibilidade após orientação contrária do Planalto. Na Câmara, deputados alinhados ao governo, como Lindbergh Farias (PT-RJ), criticam a CPMI, classificando-a como um instrumento político desnecessário, já que o Congresso teria outros meios de fiscalização.
A comissão, se instalada, terá poderes para convocar testemunhas, requisitar documentos e encaminhar denúncias ao Ministério Público. O foco será investigar descontos ilegais em benefícios previdenciários, suspeitos de terem causado prejuízos de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, com entidades associativas acusadas de usar assinaturas falsas para descontar valores sem autorização. O governo tenta, sem sucesso até o momento, reverter o apoio de alguns parlamentares à investigação.