O governo dos Estados Unidos propôs um corte de US$ 163 bilhões nos gastos federais para o próximo ano fiscal, reduzindo em mais de 20% as despesas não militares, excluindo programas obrigatórios. O orçamento, divulgado pela Casa Branca, prevê um aumento de 13% nos gastos com defesa e quase 65% em segurança interna, enquanto os investimentos discricionários fora dessa área atingiriam o menor nível desde 2017. O diretor do Escritório de Gestão e Orçamento destacou que a medida busca “colocar os norte-americanos em primeiro lugar” e reforçar as prioridades estratégicas do país.
A proposta orçamentária inclui projeções econômicas e detalhes sobre os recursos destinados a cada órgão governamental, mas sua implementação depende da aprovação do Congresso, controlado pelos republicanos. Historicamente, o Legislativo tende a modificar as solicitações da Casa Branca, e desta vez os parlamentares enfrentam o desafio adicional de conciliar os cortes com um ambicioso projeto de redução de impostos, que deve ser votado até julho. Além disso, as tensões comerciais decorrentes do aumento de tarifas podem influenciar as decisões finais.
O anúncio ocorre em um momento de debates acalorados sobre o equilíbrio entre austeridade fiscal e investimentos em áreas prioritárias. Enquanto a administração defende a necessidade de um orçamento “histórico” para fortalecer a defesa e a segurança, críticos alertam para os possíveis impactos de cortes profundos em outros setores. O desfecho das negociações no Congresso será crucial para definir os rumos da política econômica norte-americana nos próximos meses.